(0) (0)
geral@pwz.pt

Palavras Soltas

Palavras Soltas

A minha CASA, sim o meu ESPAÇO, um APARTAMENTO, situado numa FRACÇÃO de um PRÉDIO de BETÃO, no meio de tantos outros.

Numa RUA cheia de COR e VIDA, onde as LOJAS enchem de vida e movimento os passeios empedrados, onde o SOL reflete o seu brilho na CALÇADA PORTUGUESA.

Desço de manhã e vou à ARRECADAÇÃO, buscar a bicicleta, pois hoje não quero tirar o carro da GARAGEM, prefiro sentir o ar fresco da manhã no rosto, enquanto pedalo pela AVENIDA. Dou a volta à PRAÇA e paro no LARGO, tenho de ir ao ESCRITÓRIO, pois necessito dos documentos, que lá ficaram esquecidos do dia anterior.

Saio de novo a pedalar, não sem antes passar pela VILLA e saudar o Sr. António, à porta do seu ARMAZÉM.

Entro nas RUELAS do BAIRRO, e dirijo-me à CALÇADA, até parar no BECO, onde encosto a bicicleta a um sinal de transito, tenho de subir as ESCADINHAS e virar na 1ª à direita, para entrar na TRAVESSA e bater à porta do IMÓVEL da D. Francisca, um PALACETE antigo de TABIQUE, virado para uma PRACETA, com um lindo JARDIM, de árvores imponentes, onde outrora as gentes amanhavam o TERRENO para o cultivar e deste modo tirar dai o alimento para as suas famílias.

Subo ao 1º andar, e dirijo-me à VARANDA, de modo a aceder ao TERRAÇO, virado a SUL, com uma VISTA deslumbrante para o RIO, dali, daquela vista DESAFOGADA, sobre os TELHADINHOS da CIDADE, admiro o imponente PALÁCIO, no topo da COLINA a NASCENTE.

Ao seu redor foram sendo edificadas MORADIAS em BANDA, intercaladas por VIVENDAS imponentes, com as suas enormes PISCINAS, pequenos salpicos de MAR na paisagem URBANA.

Já são poucos os EDIFICIOS, que pintam de CÔR e com ALMA secular, pertença de um PATRIMONIO longínquo da HISTÓRIA da CIDADE, alguns ainda se mantêm de origem, outros MISTOS, com RECUPERAÇÕES nem sempre fiéis ao original, à TRAÇA antiga, mas que ainda assim vão dando ideia da imponência de outras ÉPOCAS.

Entre as palavras soltas, trocadas com a D. Francisca, sentados na mesinha de chá, naquele TERRAÇO, a degustar os bolinhos secos e a sentir o aroma do chá a fumegar, naquela tarde de VERÃO, as CADERNETAS PREDIAIS deslizavam nas mãos desta PROPRIETÁRIA, à mediada que as entregava e falava do seu PATRIMÓNIO, desde PROPRIEDADES PLENAS, até às que por necessidade de liquidez, teve de passar a PROPRIEDADE HORIZONTAL, de modo a poder alienar algum PATRIMÓNIO, fosse para VENDER ou ARRENDAR, até inclusive uma QUINTA, que PERMUTOU com um vizinho do NORTE.

Com o entardecer, e a desfrutar daquele POR do SOL único a POENTE, fui-me despedindo da D. Francisca, com a ALMA saciada e repleta de histórias de PAIXÃO, fazendo lembrar as que ouvia em miúdo na QUNTINHA do MONTE da minha AVÓ.

Quando voltei a pedalar em direcção a CASA, apenas pensava no meu ESPAÇO, no meu cantinho, na minha linda CIDADE.

 

Autor:

Pedro Alexandre Baptista Antunes

11/01/2013